sábado, 25 de fevereiro de 2017

Diferenças cerebrais encontradas em crianças com TDA-H? Qual a utilidade da descoberta?



Fonte: Lancet Psychiatry. 16/02/2017. Comentários da American Academy of Pediatrics (AAP) News.
Título: Subcortical brain volume differences in participants with attention deficit hyperactivity disorder in children and adults: a cross-sectional mega-analysis.


     

O artigo supracitado (por enquanto, sem versão impressa) foi publicada em uma importante revista médica (The Lancet Psychiatry). Foram analisados dados de ressonância magnética de 1713 pessoas com Transtorno do Déficit de Atenção - Hiperatividade (TDA-H) e 1529 sem TDA-H (controles), com idade dos indivíduos variando de 4 a 63 anos.

-Até cinco regiões cerebrais (accumbens, amígdala, caudado, hipocampo e putâmen) podem apresentar desenvolvimento incompleto em crianças com TDA-H; essas regiões apresentaram volumes menores em relação às crianças sem TDA-H.

-O volume intracraniano foi menor em crianças com TDA-H.

-Em adultos, não houve diferenças significativas de estruturas cerebrais entre pessoas com TDA-H e o grupo controle.

-O grande impacto visto na amígdala, que regula as emoções, pode mudar a maneira como o TDA-H é visto.

-O uso de medicamentos psicoestimulantes não parecem causar as diferenças cerebrais de pessoas no estudo com TDAH, escreveram os autores.

-TDA-H = transtorno psiquiátrico / atraso de maturação cerebral.

-Cerca de 5,3% das crianças ao redor do mundo apresentam TDA-H, e dois terços (2/3) dessas crianças, ao se tornarem adultas, continuarão a apresentar sintomas.


Meus comentários: espero que os novos aspectos neuroanatômicos citados acima colaborem para a descoberta de entendimento mais aprofundado acerca do TDA-H, incluindo tratamentos cada vez mais eficazes. Enquanto não descobrimos, de forma conclusiva, toda a dinâmica envolvida com essa condição psiquiátrica, sugiro aos pacientes / familiares que busquem informações baseadas em evidências científicas atuais. Finalizando, a família ainda é grande estratégia no tratamento, sendo decisiva para a reversão dos desafios causados pelo TDA-H: leitura de bibliografia adequada sobre o tema, parceria com profissionais da escola / integrantes da comunidade, além de cumprimento do tratamento proposto por especialistas em saúde mental.

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